História de Arda III

A Segunda Era do Sol
A Ascenção e queda do reino de Númenor

A Segunda Era do Sol foi dominada pêlos Númenoreanos, um povo que descendia dos Edain surgidos na Primeira Era e lutado bravamente ao lado dos Elfos e Valar nas guerras contra Morgoth. Por estes atos de bravura e lealdade eles foram contemplados com uma grande ilha situada no grande mar entre a Terra Média e o continente de Aman.A esses mortais foi concedida uma longevidade superior a dos homens comuns, e com o passar das Eras sua força e sabedoria aumentaram muito sendo levadas por seus navios a todos os mares do mundo mortal.
O nome desta ilha era Númenor, que foi traduzido no ocidente como "Terra da Dádiva" ou "Terra da Estrela" devido ao seu curioso formato (como uma estrela). Também foi chamado de Atlantë devido a semelhança ao continente perdido da Atlântida. Númenor foi um reino criado em uma ilha de cinco pontas, que de extremo a extremo chegava a ter uma extensão de quinhentas milhas. Era dividido em cinco promontórios peninsulares e uma região central, na qual estava a montanha mais alta de Númenor, a Meneltarma ou "Pilar do Céu". Aos pés da Meneltarma havia Armenelos, a Cidade dos Reis, onde vivia o Rei de Númenor e grande parte de seus súditos.
Em terras mais abaixo estava o porto de Rómena, chamado de "O Porto Real". As outras grandes cidades portuárias de Númenor eram Aldalondë e Andúinë, que foram construídas voltadas para oeste, para as Terras Imortais.Seu primeiro Rei foi Elros, filho de Eärendil e irmão de Elrond, o meio-elfo. Ao término da Primeira Era, os irmãos Elros e Elrond tiveram uma escolha imposta pêlos Valar... eles deveriam decidir entre continuar entre os elfos ou ir para junto dos homens mortais. Elrond decidiu ficar entre os elfos, mas Elros decidiu ir viver entre os homens se tornando o primeiro dos reis de Númenor. Mas por ser meio-elfo, foi-lhe concedida uma longevidade de 500 anos, fato que lhe permitiu governar até o ano 442 da Segunda Era.Durante muito tempo os Edain prosperaram em sua ilha, mas os Altos Elfos sobreviventes das guerras contra Morgoth na Terra Média se uniram sob a bandeira de Gil-galad... o último Alto Rei Éfico. Com o passar dos anos, muitos destes elfos criaram novos reinos.
Os Senhores de Sindar criaram os reinos de Greenwood e Lothlórien nas vales do Aduin. Durante o oitavo século os elfos Noldor de Celebrimbor criaram reino dos ferreiros élficos de Eregion. No entanto, os elfos não foram os únicos a prosperar, o novo Senhor Negro, Sauron também trabalhava para aumentar seu poder.No ano 1000, em segredo, Sauron começou a reconstruir o reino de Mordor. Para isso ele escravizou as raças bárbaras que lá viviam e reuniu legiões de Orcs sob seu comando, a Torre Negra de Barad-dûr estava sendo erguida e seu poder ampliado. Sauron criou para si uma forma agradável chamando-se Annatar (doador de dons) e tentou seduzir os elfos usando sua sabedoria e poder... apenas os ferreiros elfos de Eregion foram enganados.
Usando o poder combinado da magia e da metalurgia Sauron ensinou muito aos elfos, e muitas realizações fantásticas foram feitas. Perto do ano 1500 foi atingido o auge da habilidade dos elfos, e sob a tutela de Sauron iniciaram a forja dos Anéis do Poder. No ano 1600 os Anéis foram concluídos e Sauron voltou para Mordor, lá ele sozinho forjou o Um Anel e completou a construção da Torre de Barad-dûr tornando-se o Senhor dos Anéis.Quando os Ferreiros-Élficos perceberam que haviam sido manipulados para fazer de Sauron o Senhor dos Anéis eles tiraram os seus, e esconderam todos os outros. De 1693 a 1701 explodiu a guerra entre Sauron e os Elfos de Eregion, nela Celebrimbor foi morto, Eregion destruída, e quase todos os Elfos expulsos de Eriador.
Os Anões de Khazad-dûm recuaram deste conflito e fecharam suas portas para o mundo... e desde então seu reino ficou conhecido como Moria, a Fenda Negra. Durante este terrível confronto a maioria dos Elfos de Eregion foi morta, apenas uns poucos escaparam fugindo para as colinas nas Montanhas da Névoa onde fundaram a colônia de Imladris, que mais tarde foi chamada pelos homens de Rivendell.Depois de sua vitória contra Celebrimbor, Sauron reuniu suas legiões e marchou de encontro a Gil-galad em Lindon. A luta foi terrível e Sauron teria sido vitorioso... mas no último instante uma frota poderosa de Númenoreanos veio em auxílio aos Elfos.
Tão forte foi a união dos dois exércitos que Sauron foi totalmente derrotado, sua legiões de orcs dizimadas, e ele forçado a recuar para Mordor.Durante os próximos mil anos Sauron não fez qualquer movimento contra os Elfos, mas trabalhou escravizando e corrompendo os bárbaros Easterling e Haradrim. Aos reis destes povos ele presenteou os Nove Anéis de Poder, e pelo vigésimo século eles haviam se tornado os Nazgûl, seus maiores servos. Durante esse tempo, os Númenoreanos haviam se tornado a maior potência marítima que o mundo conheceu.
Em pontos estratégicos nas costas da Terra Média foram levantadas fortalezas costeiras e colônias, as duas maiores foram chamadas de Umbar e Pelargir... então finalmente o encontro do império terrestre de Sauron e do império marítimo dos Númenoreanos resultou em conflito.No ano 3261, os Númenoreanos desembarcaram uma armada enorme em Umbar e uma enorme força de guerra marchou para Mordor. Sauron viu que a força deles era maior que a sua e que não tinha chance de sobrepujá-los, e nem mesmo defender-se por força bruta.
Mesmo assim, os povos da terra espantaram-se ao ver o Senhor do Anel descer de sua Torre Escura de Mordor e render-se a eles. Os Númenoreanos acorrentaram Sauron, levaram-no para sua terra e o aprisionaram em sua mais segura masmorra. Mas com astúcia, Sauron conseguiu o que não havia conseguido com força bruta. Eles falsamente aconselhou os reis orgulhosos de Númenor e corrompeu-os de forma que eles mesmos tramaram contra os Valar. Tão completa foi sua vitória que os Númenoreanos ousaram erguer a maior frota de navios que jamais existiu e navegar para o oeste para travar batalha contra os Poderes de Arda. Por este ato, Ilúvatar causou a submersão da ilha de Númenor. As montanhas e cidades caíram, o mar ergueu-se em fúria e toda Númenor caiu em um abismo.
Com esse grande cataclismo veio uma mudança no mundo. As Terras Imortais foram deslocadas para fora das esferas do mundo, ficando além do alcance de todos, exceto dos Elfos que ainda podiam viajar para lá seguindo uma estrada direta conhecida apenas por eles. Assim o mundo curvou-se sobre si mesmo, não sendo mais um mundo plano e fechado, cercado pelo mar, mas esférico como nós agora o conhecemos.A Segunda Era chegou ao fim com a submersão de Númenor, mas os Númenoreanos não foram totalmente extintos.
Alguns deles, que permaneceram fiéis aos Valar, liderados por Elendil fugiram para a Terra Média e lá fundaram dois grandes reinos mortais: Gondor e Anor. No entanto, Sauron também escapou a queda de Númenor e regressou para Mordor, de onde planejou a destruição de seus outros inimigos sobreviventes: os elfos e os Dúnedain sobreviventes da Terra Média.
Na luta contra Sauron foi feita a última aliança entre Elfos e Homens e os exércitos de orcs foram destruídos na batalha de Dagorlad. Em Mordor a aliança cercou a sitiou a Torre de Barad-dûr durante sete longos anos antes que Sauron fosse derrotado. Em seu último golpe, o Grande Rei dos Dúnedain Elendil e seu filho Anárion, junto com o último Grande Rei dos Eldar na Terra Média Gil-galad foram mortos. Mas Sauron também caiu e Isildur cortou fora o dedo de Sauron com o Um Anel. Com a conquista de Mordor, a destruição da Torre Escura, o banimento dos Espíritos do Anel e a queda de Sauron, no ano 3441, a Segunda Era chega a um fim.

A Terceira Era do Sol
A Guerra do Anel e o Domínio dos Homens

A Terceira Era do Sol gira em torno do dois principais acontecimentos: a sobrevivência dos reinos de Anor e Gondor e a destruição do Um Anel de Sauron, o Senhor dos Anéis.A Segunda Era terminou com a destruição do Reino de Mordor, a queda da Torre de Barad-dûr, e a perca do Um Anel de Sauron que teve seu dedo cortado por Isildur, o último Grande Rei dos reinos unidos de Gondor e Anor. Infelizmente, Isildur não destruiu o Um Anel sendo seduzido por sua promessa de poder, mesmo estando ele na encosta de Orodruin, a Montanha da Perdição, no fogo onde havia sido forjado o Anel e o único lugar onde ele poderia ser destruído, ele não foi capaz de destruí-lo.
Na época isso pareceu ser a decisão correta a ser tomada, mas se revelou um ato catastrófico durante a Terceira Era. Durante o 2º ano da Terceira Era Isildur foi assassinado, ele e seus três filhos mais velhos estavam marchando pelos vales do Anduin quando foram emboscados por orcs. Este combate ficou conhecido como "A Batalha dos Campos de Gladden", e nela Isildur e seus três filhos foram mortos... e o Um Anel de Sauron perdido.A perca do Um Anel foi desastrosa, pois sem poder destruí-lo, Sauron também jamais poderia ser destruído, além disso a morte do Grande Rei de Gondor resultou na divisão ro reino em duas partes: Gondor e Anor, cada uma delas separada política e comercialmente.
De fato, como Isildur sucumbiu à tentação do Um Anel, sua maldição acabou recaindo sobre todo o povo dos Dúnedain. Esta maldição do Anel estendeu-se por toda a Terceira Era, pois o Reino Unido não poderia ser restaurado e reunificado até que o Um Anel fosse destruído e um único legítimo herdeiro (que tivesse o poder de resistir à tentação do Anel) fosse reconhecido por todo o povo dos Dúnedain. Só então poderia um Grande Rei governar novamente sobre o Reino Reunido dos Dúnedain.
Assim, durante todo o primeiro milênio da Terceira Era, o poder e a majestade do Reino de Gondor cresceu, isso apesar dos constantes conflitos em suas fronteiras, e das invasões dos bárbaros Easterlings no quinto e sexto séculos. Por volta do nono século os governantes de Gondor haviam concluído a construção de uma enorme frota visando aumentar o poder militar se seu exército. Pelo décimo primeiro século, Gondor atingiu o ápice de seu poder, recuando os Easterlings até o Mar de Rhûn, fazendo de Umbar uma fortaleza de Gondor e subjugando o povo de Harad.
Muito embora o pequeno reino de Anor nunca tenha se expandido para além das fronteiras de Eriador, ele prosperou discretamente até o nono século. Durante este período, disputas internas resultaram na divisão do reino em três estados independentes que fatalmente acabaram lutando entre si, foi a guerra civil de Anor.Então com a chegada do décimo segundo século, o espírito de Sauron retornou em segredo a Terra Média em uma nova forma, um grande olho avermelhado envolvo em chamas.
Não querendo chamar atenção sobre si, ele não foi a Mordor, mas sim ao sul de Mirkwood para a fortaleza de Dol Guldur. Neste momento em diante Dol Guldur e todas a terras ao redor se tornaram refúgios para o mal de Sauron. Durante todo o décimo terceiro século, Arnor foi constantemente atacado por desastres naturais de grande escala e por disputas internas... mas a maior de suas maldições sempre foi Sauron, o Senhor dos Nazgûl de Angmar que mantiveram a guerra contra Anor durante cinco séculos ininterruptos. Afinal, durante o ano de 1974, o Rei Bruxo de Angmar atacou a última fortaleza de Arnor, Fornost, e Arnor deixou de existir como um reino.
Após a morte de seu terceiro e último Rei, a linhagem real continuou a existir apenas através dos chefes tribais dos Dúnedain. A ruína do reino do sul de Gondor durante o segundo milênio da Terceira Era foi atribuído, principalmente, a três grandes tragédias. A primeira foi a guerra interna do quinto século. Esta foi uma sangrenta guerra civil que resultou em milhares de mortos, destruição de cidades, a perda da maior parte da frota de Gondor e o fim de seu controle sobre Umbar e Harad. A segunda desgraça foi a Grande Praga de 1636, a qual Sauron lançou sobre Gondor e Arnor. Deste mal os Dúnedain praticamente nunca se recuperaram, pois desde então partes de seu reino permaneceram desabitadas para sempre. A terceira desgraça foram às invasões dos Wainriders dos séculos dezenove até vinte.
Estas invasões foram promovidas por Easterlings fortemente armados e duraram quase cem anos. Embora os Easterlings tinham sido finalmente forçados a recuar derrotados, eles enfraqueceram criticamente o já diminuído poder de Gondor. Conseqüentemente, no ano 2000, o mesmo Rei Feiticeiro que havia destruído o Reino do Norte de Arnor agora erguia-se de Mordor. Com sua terrível horda ele atacou Gondor diretamente e tomou a torre de Minas Ithil, a qual deu um novo nome: Minas Morgul. No ano 2050 o Rei Feiticeiro assassinou o trigésimo primeiro e último Rei de Gondor.
A partir de então, o reino estava sem um herdeiro legítimo para o trono e foi governado pela linhagem dos Regentes. Resumindo, Arnor tinha um rei sem reino e Gondor um reino sem rei. Mais tarde, inspiradas pela maldade de Sauron, houveram invasões progressivas e assaltos pelos Easterlings, Balcloth, Southorns, Númenoreanos Negros, Corsários, Dunlendings e Hillmen contra os Dúnedain e seus aliados. Somado a isso houve o despertar do Balrog, o levantar de Dragões, as invasões dos Lobos e Wargs, e a geração dos novos maléficos Uruk-hai, os Olog-hai e os Meio-Orcs. Todos estes somados com a reunião de legiões de Orcs e Trolls que reconheciam Sauron como seu mestre.
Durante os próximos mal anos, o poder de Sauron cresceu sem chamar demasiada atenção, enquanto o poder dos Dúnedain diminuía progressivamente. O ponto culminante de todos estes acontecimentos veio com o ano 3019, a Guerra do Anel eclodiu levando, Sauron o Senhor dos Anéis, a apostar tudo em sua feitiçaria e seu poder militar numa investida para destruir os últimos dos Dúnedain e lançar domínio sobre toda a Terra Média. Foi neste contexto que J. R. R. Tolkien escreveu sua obra prima, a trilogia épica O Senhor dos Anéis. É curioso observar como todos os acontecimentos dos três mil anos da Terceira Era são aplicados durante os anos 3018 e 3019, com os quais lida a trilogia.
Os acontecimentos da Guerra do Anel são levados a uma importância histórica, pois o leitor é ciente que as ações desencadeadas por cada um dos personagens centrais é crítica para o desfecho de toda a Terceira Era.Ao final da Guerra o Um Anel é destruído, Sauron também é destruído com a destruição do Um Anel, seu império do mal entra em colapso pela perca de seu poder mágico, os demais anéis do poder se tornam inóculos, e Aragorn, o último legítimo herdeiros dos reinos de Arnor e Gondor é coroado como o Grande Rei dos Reinos Reunidos dos Dúnedain. Existe a resolução não somente do romance, mas da Terceira Era como um todo.
De fato existe um senso de término de todos os conflitos de todos os 37.063 anos da história de Arda. Ao fim do conflito, a paz e a prosperidade retornaram a Terra Média. Neste momento foi ordenado aos últimos grandes poderes élficos que retornassem as Terras Imortais... assim os últimos dos povos das estrelas, acompanhados de alguns da Companhia do Anel partiram dos Portos Cinzentos através da estrada direta para o continente de Aman... então a Terceira Era abre lugar para a Quarta, que ficou conhecida como a Era do Domínio dos Homens; uma era na qual os últimos vestígios das influencias dos Elfos desapareceram e os grandes poderes passaram para além do nosso entendimento. A partir de então as Terras Imortais passaram para além das esferas da existência humana, colocando os Deuses e Elfos além do nosso alcance, e sem dúvida a física do mundo se adaptou ao nosso presente senso de tempo e espaço, e a Terra começou a girar em torno do Sol.

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